
O primeiro passo para conduzir uma análise de subgrupos é definir quais grupos serão incluídos no estudo. O objetivo é identificar se algum desses subgrupos apresenta um risco maior de desenvolver determinada condição ou doença em comparação com outros.
Por exemplo, em um estudo sobre câncer de mama, pode ser interessante investigar se mulheres que já passaram por cirurgias apresentam um risco maior do que aquelas que não passaram por procedimentos cirúrgicos.
Após definir os subgrupos, o próximo passo é coletar dados de cada um. Isso pode ser feito por meio de pesquisas, enquetes ou pela análise de registros médicos de pessoas diagnosticadas com a condição em questão.
Com os dados coletados de indivíduos saudáveis e daqueles que apresentam a doença ou condição estudada, é hora de realizar a análise estatística. Esse processo tem dois objetivos principais:
- Garantir a confiabilidade da amostra – verificando se o tamanho e a composição dos grupos são adequados para a análise.
- Identificar diferenças entre os subgrupos – avaliando se determinadas características influenciam o desenvolvimento da condição estudada.
O que é análise de subgrupos?
A análise de subgrupos é um método que permite examinar em detalhes como variáveis específicas impactam os resultados de uma análise de dados secundários.
Os entrevistados podem ser segmentados com base em características demográficas, como idade, sexo, raça, etnia, nível educacional, entre outras. Além disso, a segmentação pode considerar fatores como filiação partidária, estado de saúde ou atitudes diante de determinadas situações.
Esse tipo de análise possibilita identificar diferenças estatísticas entre grupos. Por exemplo, em uma pesquisa sobre o uso de animais em pesquisas científicas, um pesquisador pode comparar as respostas de homens e mulheres para avaliar se há divergências significativas entre suas opiniões.
Em estudos sobre intervenções ou tratamentos, a análise de subgrupos busca determinar os efeitos de um fator específico dentro de segmentos distintos da população.
As análises de subgrupos podem ser classificadas em dois tipos principais:
- Pré-especificada: planejada antes da coleta dos dados, com hipóteses estabelecidas previamente.
- Pós-hoc: realizada após a obtenção dos dados, explorando padrões não inicialmente previstos.
Como evitar erros na análise de subgrupos
Ao realizar uma análise de subgrupos, é essencial tomar precauções para evitar erros estatísticos e interpretações enviesadas. Um dos principais desafios é a realização excessiva de testes nos mesmos dados, o que pode levar a falsos positivos, especialmente em estudos de grande escala.
Muitos pesquisadores tendem a focar em um subconjunto de resultados que confirmam suas expectativas, ignorando aqueles que parecem menos interessantes ou que não apontam conclusões claras. Esse viés pode comprometer a validade da análise e distorcer os achados.
Esse problema se agrava no uso de algoritmos de aprendizado de máquina, que frequentemente geram um grande volume de resultados repetitivos.
Além disso, o tempo de processamento pode ser elevado, o que impacta o custo de execução de um experimento e pode levar a decisões baseadas apenas nos dados mais acessíveis ou convenientes.
Outro fator crítico na análise de subgrupos é a segmentação da amostra. Ao dividir os dados em grupos menores, é fundamental garantir que:
- O tamanho da amostra seja adequado: Subgrupos muito pequenos podem não fornecer dados estatisticamente significativos, tornando difícil identificar padrões reais.
- O número de comparações seja controlado: Muitas comparações aumentam a chance de encontrar associações por acaso, sem que haja uma relação real entre as variáveis.
Por exemplo, se o objetivo for avaliar o impacto do gênero em um determinado resultado, dividir a amostra entre homens e mulheres pode ser útil. No entanto, segmentações excessivas podem levar a conclusões equivocadas devido ao reduzido número de participantes em cada grupo.
Portanto, para evitar erros na análise de subgrupos, é essencial aplicar correções estatísticas apropriadas, garantir amostras suficientemente grandes e considerar abordagens alternativas para validar os resultados.
Vantagens da análise de subgrupos
A principal vantagem da análise de subgrupos é que ela permite que os pesquisadores testem suas hipóteses de maneira mais detalhada. Isso possibilita descobrir, por exemplo, que certos subgrupos respondem de forma mais eficaz do que outros, ou que existem diferenças entre grupos como homens e mulheres.
Na pesquisa médica, a análise de subgrupos é uma técnica amplamente utilizada. Pode ser vista como uma extensão de um estudo padrão, onde diferentes grupos são examinados para verificar se há variação na resposta a um tratamento. No entanto, essa técnica apresenta alguns desafios que precisam ser observados:
- Definição de subgrupos: Em muitos estudos, os subgrupos não são definidos antecipadamente, nem é especificado quantos subgrupos serão analisados. Isso pode dificultar a interpretação e a transparência dos resultados, pois outros pesquisadores não entenderão por que certos grupos foram escolhidos ou qual a finalidade de cada análise.
- Transparência na comunicação: Um bom pesquisador deve relatar todos os subgrupos analisados, não apenas aqueles que produziram resultados interessantes ou significativos. Isso é fundamental para garantir a integridade da pesquisa e evitar distorções nos achados.
Além disso, ao realizar análises de subgrupos, pode-se encontrar resultados estatisticamente significativos, mas clinicamente insignificantes. Isso ocorre quando os achados, embora matematicamente válidos, não têm relevância prática. Por exemplo, imagine um estudo comparando a eficácia da aspirina e do paracetamol para tratar dores de cabeça.
Se descobrirmos que 80% das pessoas que tomaram aspirina não sentiram alívio, mas a diferença em relação ao paracetamol não tem impacto clínico significativo, o resultado pode ser irrelevante para a prática médica.
Como fazer uma análise de subgrupo
A importância da análise de subgrupos em pesquisas significativas não pode ser subestimada. Para garantir a qualidade e a transparência dos resultados, é essencial que os seguintes elementos sejam incluídos em qualquer relatório:
- Indicação clara dos resultados de subgrupos: Deve ficar explícito que os resultados da análise se referem a subgrupos específicos.
- Cálculo e relato dos níveis de significância apropriados: É crucial garantir que os testes estatísticos sejam realizados corretamente e que os níveis de significância sejam comunicados de forma clara.
- Especificação de pré-especificação ou pós-hoc: A redação do relatório deve indicar se a análise foi planejada previamente (pré-especificada) ou realizada após a coleta de dados (pós-hoc).
A análise de subgrupos é um componente fundamental em muitos projetos de pesquisa. Existem diversas ferramentas no mercado, cada uma projetada para apoiar e otimizar seus esforços de pesquisa. No entanto, para aproveitar ao máximo esses recursos, é essencial entender como utilizá-los de maneira eficaz.
Use o QuestionPro para análise de subgrupos
No QuestionPro, oferecemos uma lógica de controle de cotas que facilita a análise de subgrupos. Podemos fornecer e distribuir URLs de pesquisa com variáveis personalizadas para diferenciar subgrupos. Além disso, é possível criar perguntas específicas para subgrupos dentro da mesma pesquisa, utilizando lógica baseada no subgrupo.
Por exemplo, se você deseja analisar 50 entrevistados do sexo masculino e 50 do sexo feminino, basta adicionar a pergunta de triagem sobre gênero.
Em seguida, aplique a lógica de controle de cotas para homens e mulheres. Com base nas respostas à pergunta de gênero, podemos criar lógica para direcionar perguntas específicas para cada subgrupo.
Dessa forma, você poderá facilmente segmentar os entrevistados por gênero e, com a lógica de controle de cotas, garantir que obtenha um número exato de participantes para cada subgrupo.
Aproveite os melhores recursos do QuestionPro para otimizar suas necessidades de pesquisa.