A melhor maneira de fazer as coisas é fazê-las você mesmo. Esta declaração é utilizada em empresas, projetos comunitários e governos nacionais. Essas organizações baseiam-se na pesquisa-ação para abordar seus ambientes instáveis e em constante mudança, operando em um mundo cada vez mais interdependente. Este artigo descreve a definição de pesquisa-ação, suas etapas e alguns exemplos.
O que é pesquisa-ação?
É uma estratégia que busca encontrar soluções realistas para as dificuldades e problemas das organizações. É semelhante à pesquisa aplicada. Basicamente, trata-se de aprender fazendo.
Primeiro, um problema é identificado, depois são tomadas algumas ações para resolvê-lo, a seguir, a eficácia dos esforços é medida e, se os resultados não forem satisfatórios, as etapas são repetidas.
A pesquisa-ação pode ser classificada em três grupos diferentes:
- Positivista: Também chamada de “pesquisa-ação clássica”, considera a pesquisa como um experimento social. Esta abordagem é usada para testar teorias no mundo real.
- Interpretativa: Conhecida como “pesquisa-ação contemporânea”, considera que a realidade empresarial é socialmente construída e, ao realizar esta pesquisa, foca nos detalhes dos fatores locais e organizacionais.
- Crítica: Este tipo de pesquisa-ação adota uma abordagem crítica aos sistemas de negócios e tenta melhorá-los.
Características da Pesquisa-Ação
Ela é uma abordagem que combina pesquisa e ação prática para abordar e resolver problemas em contextos organizacionais. Aqui estão algumas de suas principais características:
Ciclo contínuo
Ela segue um ciclo contínuo de planejamento, ação, observação e reflexão. Os resultados de uma fase são usados para informar e melhorar a próxima, repetindo o processo até que uma solução satisfatória seja alcançada.
Participação ativa
Envolve a participação ativa dos membros da organização ou comunidade afetada pelo problema. Isso promove a colaboração e o envolvimento das pessoas na identificação e solução de problemas.
Abordagem colaborativa
Incentiva a colaboração entre pesquisadores e profissionais ou membros da organização. Equipes de trabalho multidisciplinares geralmente estão envolvidas no processo.
Orientação para a melhoria
O principal objetivo é melhorar a situação atual. Através da coleta e reflexão de dados, busca-se identificar e aplicar soluções práticas que conduzam a melhorias reais na organização.
Reflexão crítica
A reflexão crítica é uma parte fundamental da pesquisa-ação. Os participantes analisam profunda e objetivamente as informações coletadas e as ações tomadas, questionando pressupostos e crenças anteriores.
Adaptação flexível
Ela é flexível e adaptável às circunstâncias em mudança. Se uma estratégia não estiver funcionando conforme o esperado, ajustes e alterações podem ser feitos no processo para melhor resolver o problema.
Utilização de dados empíricos
Ela se na coleta de dados empíricos e evidências concretas. Isso envolve o uso de métodos de pesquisa qualitativos e quantitativos para obter informações precisas.
Aplicação prática
À medida que o ciclo de pesquisa-ação avança, ações concretas são implementadas com base nos resultados da pesquisa. Essas ações são projetadas para resolver diretamente o problema em questão.
Reflexão e documentação
É importante documentar todo o processo de pesquisa-ação, incluindo resultados, lições aprendidas e decisões tomadas. Isso permite uma avaliação contínua e a possibilidade de compartilhar conhecimento com outras pessoas.
Compromisso de longo prazo
A pesquisa-ação pode ser um processo demorado. O compromisso de longo prazo com a resolução de problemas e a melhoria contínua é uma característica fundamental.
Etapas da pesquisa-ação
Toda pesquisa visa aprender coisas novas. A pesquisa-ação desenvolve conhecimento baseado na investigação em circunstâncias particulares e muitas vezes úteis. Tudo começa com a identificação de um problema. Posteriormente, o processo de pesquisa segue as seguintes etapas:
- Planejar.
- Agir.
- Observar.
- Refletir.
Etapa 1: Planejar
Para que um projeto corra bem, o pesquisador precisa planejá-lo cuidadosamente. Depois de definir um tópico ou questão de pesquisa, o primeiro passo é desenvolver um plano de ação para orientar o processo. O plano de pesquisa visa abordar a questão do estudo e descreve o que será feito, quando e como.
Etapa 2: Agir
A próxima etapa é implementar o plano e coletar dados. Neste ponto, o pesquisador deve selecionar métodos para coletar e organizar os dados. Também é crucial examinar todas as ferramentas e equipamentos antes da coleta para garantir que sejam relevantes, válidos e completos.
Etapa 3: Observar
A observação dos dados é vital para qualquer investigação. O pesquisador deve revisar os objetivos e expectativas do projeto antes de analisar os dados. Essa etapa é essencial antes de tirar conclusões e tomar novas ações.
Diferentes tipos de gráficos, diagramas e redes podem ser usados para representar dados, ajudando a fazer julgamentos ou avançar para a próxima etapa.
Etapa 4: Refletir
Esta etapa consiste em aplicar uma possível solução e observar os resultados. É fundamental verificar se a solução encontrada através da pesquisa pode realmente resolver o problema estudado. Se as soluções do projeto de pesquisa-ação não resolverem o problema, o pesquisador deve explorar ideias alternativas.
Exemplos
Aqui estão dois exemplos reais de pesquisa-ação.
Exemplo 1
As iniciativassão muitas vezes específicas de cada situação, mas outros pesquisadores podem adaptar as técnicas. Este exemplo vem do relatório de um pesquisador (Franklin, 1994) sobre um projeto para promover o turismo de natureza no Caribe.
Em 1991, foi lançada uma pesquisa-ação para estudar como o turismo de natureza poderia ser implementado nas quatro ilhas de Barlavento das Caraíbas: Santa Lúcia, Granada, Dominica e São Vicente.
Para proteger o ambiente, um estudo de ação liderado pelo governo determinou que o processo de consulta precisava envolver numerosas partes interessadas, incluindo empresas comerciais.
Primeiro, dois pesquisadores realizaram o estudo e conduziram conferências de busca em cada ilha. As conferências geraram sugestões e planos de ação para subprojetos de turismo de natureza comunitário local.
Várias ilhas formaram grupos consultivos e lançaram projetos nacionais comunitários e de sensibilização. Foram realizadas reuniões regionais do projeto para discutir experiências, autoavaliações e estratégias.
A criação de um documentário sobre uma iniciativa local ajudou a criar uma comunidade. O estudo foi um sucesso, gerando diversas mudanças na área.
Exemplo 2
Lau e Hayward (1997) utilizaram a pesquisa-ação para analisar grupos de trabalho colaborativos baseados na Internet. Ao longo de dois anos, os pesquisadores facilitaram três ciclos de resolução de problemas de pesquisa-ação com 15 professores, funcionários do projeto e 25 profissionais de saúde de diversas áreas. O objetivo era ver como as comunicações baseadas na Internet poderiam afetar o grupo de trabalho virtual.
Primeiro, as expectativas foram definidas, a tecnologia foi fornecida e um sistema de grupo de trabalho personalizado foi desenvolvido. Os participantes sugeriram treinamentos mais curtos e dispersos, com instruções específicas para cada projeto.
Na segunda fase, foi concluída a implantação do sistema. O ciclo final testemunhou a estabilidade do sistema e a formação de grupos virtuais. A principal lição foi que a curva de aprendizagem foi mal calculada e que as frustrações foram resolvidas apenas marginalmente com ajuda técnica por telefone. Segundo os pesquisadores, a ausência de material online de alta qualidade sobre cuidados de saúde comunitários foi prejudicial.
Clareza de papéis, construção de conexões, compartilhamento de conhecimento, assistência de recursos e aprendizagem experiencial são vitais para o crescimento de grupos virtuais. Há necessidade de estudar mais a fundo como os sistemas de apoio ao grupo podem ajudá-los a relacionar-se com o seu ambiente externo e impulsionar a aprendizagem dos seus membros.
Conclusão
A pesquisa-ação, como ferramenta metodológica, analisa a ação humana a partir de um movimento comunicativo e participativo, que favorece a troca de conhecimentos e o desenvolvimento de uma estrutura relacional de confiança e compromisso com os sujeitos que compõem a realidade a ser transformada.
Durante o processo, é necessário monitorar continuamente as decisões, ações e todas as atividades intencionais realizadas pelos atores envolvidos na situação. Portanto, nesta abordagem, a pesquisa não se limita a apenas uma forma de atuação, pois visa aumentar o conhecimento e a conscientização dos pesquisadores sobre as pessoas e/ou grupos envolvidos.
Na QuestionPro, oferecemos aos pesquisadores diversas ferramentas e serviços para coletar dados e conduzir seus estudos com sucesso. Você pode começar criando uma conta gratuita para nosso software de pesquisa ou solicitar uma demonstração para saber mais sobre suas necessidades e fornecer o que você realmente precisa para seu projeto de pesquisa.