Hoje, vamos compartilhar algumas dicas para realizar pesquisas qualitativas online e abraçar a era digital.
Muitas empresas ainda estão focadas em estudos de mercado F2F (face a face), enquanto outras, felizmente, já têm experimentado o mundo online há algum tempo, adquirindo as ferramentas e o conhecimento necessários para se adaptarem rapidamente a essa nova realidade, que torna mais difícil o uso de metodologias presenciais.
Quando o top of mind é conectar-se, conhecer o consumidor, estar presente e demonstrar empatia, é justamente quando menos se investe em pesquisa. Embora a crise sanitária esteja associada à crise econômica e os orçamentos estejam sendo reduzidos, hoje, mais do que nunca, é essencial avaliar as necessidades dos consumidores.
Laura Velamazán, Sócia-Diretora da Lexia Insight & Solutions e Coordenadora do Comitê de Comunicação da AMAI, reforça a importância da pesquisa nesta era em que vivemos:
“Justamente no momento em que é mais importante, mais relevante, mais urgente — atrevo-me a dizer — conhecer os sentimentos e as mudanças de comportamento dos nossos consumidores, seja qual for o nosso público. Isso porque fomos pegos de surpresa, e não é fácil prever como as pessoas vão se comportar. Se existe um momento crucial para fazer pesquisas de mercado, é este.”
Os hábitos de consumo estão mudando. Felizmente, ferramentas de pesquisa de mercado nos permitem continuar realizando pesquisas de qualidade, ajudando a reduzir custos e quebrar barreiras, como reunir fisicamente um grupo de pessoas para participar de uma reunião presencial, seja em focus groups ou pesquisas presenciais.
Por que migrar a pesquisa qualitativa tradicional para a pesquisa qualitativa online?
Muitos clientes ainda têm receio de migrar suas pesquisas qualitativas para o ambiente online, temendo perder a proximidade com os participantes. No entanto, se pensarmos bem, estar atrás de uma Gessel Camera não é muito diferente de estar atrás de uma tela de computador ou dispositivo móvel.
Por exemplo, é possível realizar uma sessão rápida de perguntas e respostas com um quiz online para manter a atenção do público, ou conduzir um focus group online usando ferramentas como Zoom. Sessões colaborativas podem ser feitas em plataformas como Padlet ou Google Docs, tornando o trabalho em grupo mais dinâmico e eficiente.
A implementação dessas e outras técnicas de pesquisa em uma comunidade online pode ser simples e eficaz.
Todos podemos realizar pesquisas qualitativas online. Basta superar o medo do desconhecido, investigar as melhores alternativas e se arriscar a utilizá-las. Continue lendo para descobrir dicas valiosas para suas próximas pesquisas qualitativas online!
4 tipos de metodologias qualitativas online
Além dos focus groups, existem outras metodologias qualitativas que podem ser adaptadas ao mundo online para que possa obter o feedback que necessita:
Experiência do Usuário
Conhecer a experiência do usuário é fundamental para qualquer empresa, especialmente agora, quando a pandemia exigiu a criação de sites funcionais, aplicativos e processos de entrega e atendimento online, independentemente do setor. Empresas que já possuíam essas ferramentas precisaram modificá-las, otimizá-las e incorporar novas funcionalidades.
A experiência do usuário é crucial para testar sites, e-commerces e aplicativos, garantindo a otimização em termos de web design, arquitetura da informação e uma jornada do usuário mais fluida.
Antes, essas análises eram realizadas presencialmente, por meio de entrevistas em profundidade e câmeras duplas, frequentemente em uma Câmara Gessel, onde era possível observar reações às tarefas, o uso do mouse e o fluxo de navegação em páginas ou aplicativos.
Com a pandemia, surgiu o desafio de migrar esses estudos para o ambiente digital. Hoje, ferramentas online não invasivas permitem que os participantes compartilhem suas telas, seja de computadores ou dispositivos móveis, sem necessidade de downloads adicionais, possibilitando o monitoramento remoto em tempo real.
Escritórios
Os escritórios trazem a dinâmica da cocriação e do trabalho em equipe, e podem ser realizadas mesmo à distância. Ferramentas digitais permitem que participantes colaborem em tempo real, compartilhando fotos, áudios, ideias e comentários, recriando a experiência qualitativa em um ambiente virtual.
Se deseja gerar maior engajamento em workshops digitais, Laura Velamazán, Sócia-Diretora da Lexia Insight & Solutions, recomenda:
- Torne divertido: introduza elementos que deixem a experiência leve e agradável.
- Seja dinâmico: varie as atividades para manter o interesse.
- Inclua pausas: respeite o tempo dos participantes, proporcionando momentos de descanso.
- Controle o tempo: mantenha as sessões dentro do planejado.
- Use gamificação: introduza elementos lúdicos para estimular a participação.
- Subdivida as equipes: pequenas equipes facilitam a interação e a colaboração.
- Tenha moderadores experientes: eles devem ser carismáticos, dinâmicos, conhecedores do tema e capazes de manter a energia do grupo.
Grupos Focais Online
A interação social é essencial para a vida das pessoas, que gostam de compartilhar suas opiniões. Em tempos de distanciamento social, essa necessidade de conexão aumentou, tornando os grupos focais online uma ferramenta valiosa e amplamente utilizada.
Agora é o momento de inovar e permitir encontros virtuais para discussões em grupo.
Dicas para realizar:
- Escolha a ferramenta adequada: opte por plataformas estáveis e seguras.
- Recrutamento adequado: certifique-se de que os participantes possuem os recursos necessários, como dispositivos com câmera e conexão estável.
- Orientações básicas: forneça instruções sobre o uso da ferramenta, posicionamento da câmera, uso do microfone e controle de ruído.
- Limite o grupo a 6 participantes: grupos online com 8 ou 9 pessoas, como nos encontros presenciais, podem ser mais difíceis de gerenciar devido à comunicação simultânea.
Com essas práticas, suas pesquisas qualitativas online podem ser mais eficazes e envolventes, mesmo em ambientes virtuais.
Comunidades online
As comunidades online são plataformas intuitivas onde os participantes podem criar perfis e realizar diversas atividades, como:
- Fóruns de discussão
- Pesquisas e enquetes
- Brainstorming
- Compartilhamento de áudios e vídeos
- Solicitação de feedback
A escolha das atividades depende dos objetivos da investigação. Uma grande vantagem dessas comunidades é proporcionar uma visão discursiva e antropológica, permitindo a análise das interações em profundidade.
Além disso, elas eliminam barreiras físicas, permitindo que os participantes realizem as tarefas quando quiserem e de onde estiverem, utilizando dispositivos móveis. Isso possibilita a inclusão de pessoas de qualquer parte do mundo, aumentando a diversidade e a riqueza dos dados coletados.
Dica extra
Uma estratégia eficaz para engajar os participantes é oferecer incentivos. As comunidades online são ideais para isso, pois permitem a criação de sistemas de pontos para cada atividade concluída, recompensando os usuários pelo feedback fornecido. Essa abordagem estimula a participação ativa e mantém os membros engajados ao longo do tempo.
Dicas para fazer pesquisas qualitativas online
Nos últimos dias, Laura Velamazán, Sócia – Diretora da Lexia Insight & Solutions foi a convidada da segunda transmissão do Entre Data & Tragos, e nos deu algumas dicas para fazer pesquisas qualitativas online.
Como nos contou Laura Velamazán, o mundo online já era uma tendência em crescimento, mas foi hiperacelerado, e agora precisamos abraçá-lo e explorar todos os seus benefícios. A seguir, algumas perguntas respondidas pela nossa convidada no Entre Data y Tragos:
1. O que acontece quando o público-alvo não está em contato frequente com o mundo digital? Não seria possível aplicar pesquisas qualitativas online com eles?
Sim, é possível, mas mais desafiador, exigindo maior trabalho e logística:
- Suprimentos: Fornecer dispositivos necessários, como tablets e fones de ouvido, e garantir a higienização e segurança na entrega e retirada.
- Conectividade: Suporte para acesso à internet, se necessário.
- Treinamento: Capacitação remota, tanto em tecnologia quanto na dinâmica da pesquisa.
- Apoio contínuo: Assistência constante para resolver dificuldades técnicas.
2. Existe algum tipo de viés nas pesquisas qualitativas online?
O viés inicial está na facilidade de recrutamento: quanto mais digitais forem os participantes, mais simples será o processo. Nos focus groups online, pode haver uma perda de espontaneidade, já que as intervenções precisam ser mais organizadas. O papel do moderador é crucial para evitar que a sessão se torne uma entrevista coletiva. Fora isso, não há outros vieses significativos.
3. Quais seriam as desvantagens de um estudo online em comparação ao presencial?
Além das questões de acesso à tecnologia e conectividade, praticamente não há desvantagens. No entanto, as pesquisas qualitativas online tendem a resultar em maior honestidade e profundidade nas respostas.
4. Os incentivos para participar de focus groups online mudaram?
Sim, a principal mudança foi a substituição dos cartões-presente físicos por digitais. Para perfis menos familiarizados com resgates digitais, os cartões físicos continuam sendo entregues em casa, seguindo todas as medidas de segurança sanitária.
5. Como estão se adaptando para testes de produtos?
Os produtos são entregues na casa dos participantes para teste, com posterior recolhimento. Isso envolve um rigoroso controle logístico, incluindo embalagem, higienização, entrega e garantia de confidencialidade. Embora o processo seja complexo, é totalmente viável e já está em prática.
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