Revisar a validade e confiabilidade em pesquisa é crucial para assegurar que os instrumentos de coleta de dados e as informações obtidas sejam consistentes e precisas na análise das variáveis de um estudo.
Imagine como um ato de equilíbrio: é necessário garantir que suas medições sejam consistentes e precisas simultaneamente. A verificação e manutenção da consistência por parte dos pesquisadores desempenham um papel fundamental nesse processo. Neste artigo, exploraremos esses conceitos e os processos mais comuns para avaliá-los.
O que é validade e confiabilidade em pesquisa?
Validade e confiabilidade em pesquisa são conceitos fundamentais para avaliar a qualidade de um estudo, especialmente em pesquisas quantitativas, indicando a eficácia de um método, técnica ou teste em medir algo de forma precisa.
Confiabilidade
É a consistência dos resultados obtidos por um instrumento de pesquisa quando utilizado repetidamente na mesma situação. Envolve a consistência e estabilidade do processo de coleta de dados, assegurando que os resultados sejam consistentes ao longo do tempo e entre diferentes usuários. É como ter uma mão firme que produz os mesmos resultados sempre que você realiza uma determinada tarefa.
No contexto da pesquisa, a confiabilidade garante que, se o mesmo estudo fosse repetido usando a mesma técnica de medição confiável, os resultados seriam consistentes. É como se vários pesquisadores conduzissem o mesmo experimento de forma independente e obtivessem resultados idênticos.
Por exemplo, ao utilizar um termômetro para medir a temperatura da água, a medição é considerada confiável se ao mergulhar o termômetro na água várias vezes, você sempre obtiver a mesma leitura. Isso indica que o método e a técnica de medição são consistentes, independentemente do operador realizar a medição.
Validade
Ela é definida como a medida em que um conceito é precisamente avaliado, por exemplo, em um estudo quantitativo. É como garantir que as peças do quebra-cabeça que você está montando realmente formam a imagem desejada. Quando um método é válido, é assegurado que a técnica de medição é coerente e capaz de produzir resultados que correspondam à realidade.
Imagine realizar um teste que visa medir uma característica específica, como a capacidade de resolução de problemas. Se esse teste produzir consistentemente resultados que refletem com precisão as habilidades de resolução de problemas dos participantes, então o teste será considerado altamente válido. Nesse caso, os resultados são precisos e realmente representam a característica que se deseja medir.
Em essência, enquanto a confiabilidade assegura que o processo de coleta de dados seja como uma máquina bem lubrificada que produz os mesmos resultados, a validade entra em cena para garantir que esses resultados não sejam apenas consistentes, mas também relevantes e precisos.
Juntos, esses conceitos fornecem aos pesquisadores as ferramentas para conduzir pesquisas baseadas em métodos confiáveis e conhecimento significativo.
Considerar a validade e a confiabilidade dos instrumentos de coleta de dados é crucial na realização ou na avaliação crítica de pesquisas, pois determina o nível de certeza que pode ser atribuído aos resultados e conclusões de um estudo.
Tipos de confiabilidade
Vamos explorar os diferentes tipos de confiabilidade que os pesquisadores consideram para garantir que seu trabalho tenha uma base sólida.
Alta confiabilidade teste-reteste
A confiabilidade teste-reteste envolve avaliar a consistência das medidas ao longo do tempo. É como realizar a mesma medição ou teste duas vezes, em momentos distintos. Se os resultados forem consistentes, indica que a medição é confiável ao longo do tempo.
Confiabilidade entre avaliadores
Quando vários pesquisadores ou observadores estão envolvidos, a confiabilidade entre avaliadores torna-se relevante. Este tipo de confiabilidade avalia o grau de concordância entre diferentes observadores ao avaliar o mesmo fenômeno. É como garantir que diferentes observadores percebam as coisas de maneira semelhante.
Confiabilidade interna
A consistência interna examina a harmonia entre os diferentes elementos de uma ferramenta de medição que visa avaliar o mesmo conceito. Isso é comumente encontrado em pesquisas ou questionários, nos quais os participantes respondem a várias perguntas relacionadas ao mesmo construto. Se as respostas a essas perguntas refletirem consistentemente o mesmo conceito subjacente, diz-se que a medição possui uma alta consistência interna.
Tipos de validade de pesquisa
Para garantir a validade de uma pesquisa, três critérios principais podem ser considerados: validade de conteúdo, validade de construto e validade de critério. Vamos explorar cada um deles:
Validade do conteúdo
Neste caso, o objetivo é abranger todo o conteúdo relacionado à variável. A validade de conteúdo busca determinar se o instrumento escolhido abrange adequadamente toda a área relevante ao construto ou variável que está sendo medida.
Validade de construto
A validade de construto diz respeito à capacidade de fazer inferências sobre os resultados dos testes relacionados ao conceito estudado. Os testes realizados para demonstrar a validade de construto incluem:
- Homogeneidade: Este critério significa que o instrumento mede apenas um construto.
- Convergência: Refere-se à medida em que o instrumento mede conceitos semelhantes aos de outros instrumentos. No entanto, se não houver instrumentos semelhantes disponíveis, essa avaliação pode ser difícil de ser feita.
- Evidência da teoria: Esta é observada quando o comportamento medido pelo instrumento está em linha com as proposições teóricas do construto. Isso indica que o instrumento está medindo o que se propõe a medir e que os resultados estão alinhados com a teoria subjacente.
Validade do critério
A validade do critério diz respeito a qualquer outro instrumento que meça a mesma variável. Correlações podem ser realizadas para determinar até que ponto diferentes instrumentos medem a mesma variável. A validade do critério é avaliada de três maneiras:
- Validade convergente: Este critério demonstra que um instrumento está altamente correlacionado com outros instrumentos que medem variáveis semelhantes.
- Validade divergente: Aqui, demonstra-se que um instrumento possui baixa correlação com instrumentos que medem variáveis diferentes. Por exemplo, espera-se uma baixa correlação entre um instrumento que mede a motivação e outro que mede a autoeficácia.
- Validade preditiva: Este tipo de validade refere-se à capacidade do instrumento de estar altamente correlacionado com critérios futuros.
Três atributos de confiabilidade da pesquisa
Agora, vamos apresentar os três atributos que auxiliam na validação da confiabilidade de uma investigação:
1. Homogeneidade ou consistência interna
A homogeneidade ou consistência interna é avaliada por meio de métodos como correlação item-total, confiabilidade dividida, coeficiente de Kuder-Richardson e coeficiente alfa (α) de Cronbach.
Confiabilidade por metades
Neste método, os resultados de um teste ou instrumento são divididos ao meio e as correlações entre as duas metades são calculadas. Correlações fortes indicam alta confiabilidade, enquanto correlações fracas sugerem que o instrumento pode não ser confiável.
Coeficiente de Kuder-Richardson
O teste de Kuder-Richardson é um procedimento no qual a média de todas as combinações possíveis de divisões é calculada, gerando uma correlação entre 0 e 1. Esse teste é mais preciso que a divisão ao meio, mas só pode ser aplicado a questões com duas respostas (por exemplo, sim ou não, 0 ou 1).
Coeficiente alfa (α) de Cronbach
O coeficiente alfa de Cronbach é o teste mais amplamente utilizado para determinar a consistência interna de um instrumento. Neste teste, a média de todas as correlações entre cada par de itens é calculada.
Instrumentos com questões que possuem mais de duas respostas podem ser avaliados com este teste. O resultado do coeficiente alfa de Cronbach varia de 0 a 1, sendo uma pontuação igual ou superior a 0,7 considerada aceitável em termos de confiabilidade.
2. Estabilidade
A estabilidade é verificada por meio de testes de confiabilidade teste-reteste realizados em momentos paralelos ou alternativos. A confiabilidade teste-reteste é medida quando um instrumento é aplicado aos mesmos participantes mais de uma vez em circunstâncias semelhantes.
Comparando estatisticamente as pontuações dos participantes em cada aplicação do teste, podemos determinar a confiabilidade do instrumento.
3. Equivalência
A equivalência é avaliada por meio da confiabilidade entre avaliadores. Esse teste envolve um processo para determinar qualitativamente o nível de concordância entre dois ou mais observadores.
Diferenças entre confiabilidade e validade em pesquisas
Vamos nos aprofundar nas diferenças entre confiabilidade e validade na pesquisa.
Não | Categoria | Confiabilidade | Validade |
01 | Significado | Ele se concentra na consistência das medições ao longo do tempo e das condições. | Preocupações com a precisão e relevância das medições para capturar o conceito desejado. |
02 | O que avalia | Avalie se os mesmos resultados podem ser obtidos consistentemente a partir de medições repetidas. | Avalie se as medições realmente medem o que pretendem medir. |
03 | Métodos de avaliação | É avaliado por meio da consistência teste-reteste, concordância entre avaliadores e consistência interna. | É avaliado por meio de cobertura de conteúdo, alinhamento de construtos e correlação de critérios. |
04 | Inter-relacionamento | Uma medição pode ser confiável (consistente) sem ser válida (precisa). | Uma medida válida é geralmente confiável, mas uma alta confiabilidade não garante validade. |
05 | Importância | Garante consistência e replicabilidade dos dados. | Garantir resultados significativos e credíveis. |
06 | Abordagem | Ele se concentra na estabilidade e consistência dos resultados de medição. | Ele se concentra na importância e na precisão dos resultados da medição. |
07 | Resultado | A reprodutibilidade das medições é o resultado principal. | Resultados de medição significativos e precisos são o objetivo principal. |
Embora tanto a confiabilidade quanto a validade contribuam para uma pesquisa confiável, elas abordam aspectos diferentes. A confiabilidade assegura resultados consistentes, enquanto a validade garante resultados precisos e relevantes que refletem a verdadeira natureza do conceito medido.
Exemplos de confiabilidade e validade em pesquisa
Nesta seção, exploraremos casos que destacam as diferenças entre confiabilidade e validade e como elas desempenham um papel crucial na garantia da credibilidade dos resultados da pesquisa.
Exemplo de confiabilidade
Imagine que você está estudando a confiabilidade da medição da duração da bateria de um smartphone. Para coletar dados, você carrega completamente seu telefone e mede a duração da bateria três vezes em um ambiente controlado: mesmo conjunto de aplicativos em execução, mesmo nível de brilho e mesmos padrões de uso.
Se as medições mostrarem consistentemente uma duração de bateria semelhante sempre que você repetir o teste, isso indica que seu método de medição é confiável.
Resultados consistentes nas mesmas condições garantem que a medição da duração da bateria possa fornecer informações confiáveis sobre o desempenho do telefone.
Exemplo de validade
Os pesquisadores estão coletando dados de um grupo de participantes em um estudo que visa avaliar a validade de um questionário de estresse recentemente desenvolvido.
Para garantir a validade, eles comparam as pontuações obtidas no questionário de estresse com os níveis reais de estresse dos participantes, medidos por indicadores fisiológicos como variabilidade da frequência cardíaca e níveis de cortisol.
Se as pontuações dos participantes estiverem fortemente correlacionadas com seus níveis de estresse fisiológico, o questionário é considerado válido. Isso significa que o questionário mede com precisão os níveis de estresse dos participantes e que seus resultados correspondem a variações reais em suas respostas fisiológicas ao estresse.
A validade avaliada através da correlação entre as pontuações do questionário e as medidas fisiológicas garante que o questionário mede eficazmente o que afirma medir: os níveis de estresse dos participantes.
Conclusão
Atualmente, a tecnologia tem permitido o desenvolvimento de novas metodologias online que revolucionaram as formas tradicionais de realizar pesquisas, enquanto algumas discussões críticas têm surgido em relação à validade dos resultados obtidos.
Portanto, a melhor maneira de garantir a escolha dos melhores métodos, instrumentos e amostras de pesquisa é através da aplicação de um ou mais dos critérios de validade e confiabilidade mencionados anteriormente.
No mundo da pesquisa, diferenciar entre confiabilidade e validade é crucial. A confiabilidade assegura resultados consistentes, enquanto a validade confirma medições precisas.
O uso de ferramentas como a QuestionPro melhora a validade e confiabilidade em pesquisa. Por exemplo, medir a autoestima ao longo do tempo demonstra confiabilidade, enquanto alinhar questões com teorias demonstra validade.
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